sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

LÀGRIMA

Não sei de onde venho
louca de dor ou alegria saltei
impulsionada por vontade de um sentir
e em vão suspirei
porque agora corro pela face em desenho
e deste destino não pude fugir.
Como pérola ali fico suspensa
como gota de orvalho que morreu na madrugada
e nesta agonia intensa
o calor me seca agora como dor apagada.
Num repentino súbito de novo corro
agora sei de onde venho
sou grito de socorro
sou alegria que não tenho
brilho no canto deste olhar
como ave a pairar
e agora desço de novo lentamente
como quem não sabe para onde ir, nem o que sente
e como mar salgado
numa onda de ternura esmoreço
um dedo de amor dado
me pára no caminho que conheço
murmuram meu nome com suavidade
e com vaidade
soletro-o de novo no eco L- á -g -r- i -m -a
LÁGRIMAAA!


Jorge D'Alte