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sexta-feira, 31 de janeiro de 2014
Ó quanta dor
encontrei no teu olhar
quando te disseram
que a morte me viera buscar
Um silencio vazio
encheu o meu peito
quisera eu ser rio
murmurando na ravina
dizendo-te deste jeito
que a morte está tão viva
Uma lágrima correndo
solta pela dor
quisera eu ser vento
afagando com ardor
tua face ardente
com o rito do amor
pontada agreste e doce
nos meus sonhos voando
pequena estrela que eu fosse
nas tuas recordações brilhando
todos os dias ao entardecer
até que a morte te viesse trazer
Ó quanta dor
encontrei no teu chegar
quando me disseram
que a morte te fora buscar
Um silencio vazio
abraçou o meu peito
como suave brisa
murmurando na lezíria
dizendo-me deste jeito
que a morte nos unira
Jorge d'Alte
sexta-feira, 24 de janeiro de 2014
GAIVOTAS
Pontes de
ferro
onde pouso.
Barcos
rabelos de velas desfraldadas e pipos
que sobrevoo.
O dourado do
rio que se atira nos braços do mar
onde
mergulho.
O sol
preguiçoso que me indica o horizonte
para onde
parto.
Madrugadas
veladas de maresias e nevoeiros
que me
trazem.
Ventos onde
pairando
deixo cair
meus olhos e sonho.
Jorge d'Alte
sábado, 18 de janeiro de 2014
PARA TI !
Meus lábios se mordem
Sinto nossos olhares cruzados
Nas letras que tecemos
Dando vida ás palavras sem som
que caiem trapalhonas em
desvarios…..
Tento adivinhar esses lábios
sorrindo desse lado
Esse rosto esfuziante e belo
Esse coração longínquo batendo aqui dentro
Tento encontrar essa luz mágica
incendida
Que arde sem fumo mas aquece
Meu rosto sofre a duvida e esta
mina as entranhas
Desgastadas por montes falhados
de cios de amar….
Amores que ficaram ali, agarrados
como folhas roladas no vento
Presas em espinhos, dolorosos e perdidos
Em vielas estreitas e sinuosas de
calçadas rugosas e gélidas
onde nos perdemos agarrados ás lembranças,
Em sonhos que sonhei e não o
foram
Em becos sem retorno…
Os olhos te viram naquele por de
sol sem luz nem calor
Esfumado num retrato que gelou a
minha vida
E tudo mudou, e a chuva que copiosa caia em bátegas
Eram lágrimas alegres desse céu azul que és tu
Esse paraíso onde tanto quero estar…
Navegar como mestre na proa do
desejo
Dar-te tudo aquilo que me cresce
E sentir na humidade dos teus
lábios fermentes,
na caricia que como frémito te percorre
O húmus da vida
O sangue orgástico que grita e entontece
Esse prazer primo que nos enche
E nos leva para lá de tudo o que
é real…………
Por isso meus lábios se mordem
Por não estares aqui deste lado.
Jorge d'alte
Jorge d'alte
quarta-feira, 15 de janeiro de 2014
Mundo louco
stressado e rouco
onde as vozes se entrechocam e
gritam
onde as dores sofridas
ressurgitam
onde a vida já não é esperança
onde morrer é mero compasso de
dança
onde a cena é a luta canina
pelo poder
onde a fama é sinónimo de
esquecer
onde os valores são rejeitados
e os ideais são matança
onde o amor morde em laivos de
segurança
onde criar vida, é dor,
choro, luta até envelhecer
onde crescer já não é aprender
onde sonhar virou ilusão
onde o fim se escreve com
momentos de solidão!
Mas algures, a chama ínfima renasce
com ecos de esperança
no simples olhar de criança
que olha no redor
e com um grito de revolta e dor
lança seu génio no ar
fecha seus olhitos e sonha
e com frémitos de vergonha
olha nosso mundo louco
stressado e rouco
e com o seu engenho constrói
nova formula para um mundo que
já foi
e com sua vontade indómita, faz o novo mundo girar.
jorge d'alte
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