Meus lábios se mordem
Sinto nossos olhares cruzados
Nas letras que tecemos
Dando vida ás palavras sem som
que caiem trapalhonas em
desvarios…..
Tento adivinhar esses lábios
sorrindo desse lado
Esse rosto esfuziante e belo
Esse coração longínquo batendo aqui dentro
Tento encontrar essa luz mágica
incendida
Que arde sem fumo mas aquece
Meu rosto sofre a duvida e esta
mina as entranhas
Desgastadas por montes falhados
de cios de amar….
Amores que ficaram ali, agarrados
como folhas roladas no vento
Presas em espinhos, dolorosos e perdidos
Em vielas estreitas e sinuosas de
calçadas rugosas e gélidas
onde nos perdemos agarrados ás lembranças,
Em sonhos que sonhei e não o
foram
Em becos sem retorno…
Os olhos te viram naquele por de
sol sem luz nem calor
Esfumado num retrato que gelou a
minha vida
E tudo mudou, e a chuva que copiosa caia em bátegas
Eram lágrimas alegres desse céu azul que és tu
Esse paraíso onde tanto quero estar…
Navegar como mestre na proa do
desejo
Dar-te tudo aquilo que me cresce
E sentir na humidade dos teus
lábios fermentes,
na caricia que como frémito te percorre
O húmus da vida
O sangue orgástico que grita e entontece
Esse prazer primo que nos enche
E nos leva para lá de tudo o que
é real…………
Por isso meus lábios se mordem
Por não estares aqui deste lado.
Jorge d'alte
Jorge d'alte
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