segunda-feira, 23 de agosto de 2021

ENQUANTO A MÚSICA SORRIA

 Enquanto a musica sorria
deslizando na leveza dos sentidos
a imaginação percorria céus meus
dentro do intimo ebulido de fresca alegria.
Versos faiscavam repetidos
erguendo-se da bruma como ateus
Davam cor aos dedos em poesia
ilustravam os pensamentos consentidos
juntavam emoções de romeus.
julietas na lágrima que do coração corria. 
Eram de sangue de alegria; jubileus
Somas do presente e dos tempos idos.


Jorge d'Alte


sexta-feira, 20 de agosto de 2021

PENA E DESILUSÃO

A pena estava ali imposta
Casas e ruínas de uma aldeia morta
As pedras de uma rua sem som
mortas de falas de crianças e os outros
ornavam-se nos espinhos da desilusão.
Os outros estavam mais acima 
debaixo das cruzes sem cor.
Apenas o vento frio ou a brisa quente
soavam levando no seu protesto
folhas secas como secas tinham sido
as lágrimas escorridas da face
do último ser a partir.


Jorge d'Alte

domingo, 15 de agosto de 2021

SONHADORES

Era pequeno como um macaquinho
em cima da árvore comendo maçãs
mas era aquele rosto que ela amava
com constelações de sardas e olhos azuis
Seus cabelos ruivos risonhos saltavam
na gargalhada e no sacudir dos ombros.
Era amor sabia-o ela espigada como trigo
que moia trigueira no moinho.
Um sorriso desceu do alto como anjo voando
sonhador.
- Moleirinha! - Chamaram seus lábios
embrulhados na sua voz em mudança.
Os olhares acompanharam as mãos
suadas e num andar reconfortante num novo êxtase
encheram seus corações numa nova vida.


Jorge d'Alte

sexta-feira, 13 de agosto de 2021

ARDIA

Ardia no frio que se fazia sentir
Não bruxuleava como a chama quente
Ardia apenas num amor sofrido
calando na penumbra sombria da alma
a dor calma cruciante e insistente.
A voz perdida afagava-a no amago
Era apenas amor o que sentia.
O frio crestava-a na lua cheia intensa.
Cheia estava a sua alma escutando
tentando discernir os passos e não o eco
os passos que de mãos dadas 
os levariam para lá da madrugada.


Jorge d'Alte

domingo, 8 de agosto de 2021

POR FÉ


Eram ruas 
ruas tortas que pensava eu me levavam ao céu
e dali em pontas dos pés o veria como ele é.
Demorei anos a subir com os medos, pesadelos
cheio de Fé
a Fé que crescera cá dentro e me amparava.
Eram árvores
árvores tortas num rio torto que desci por Fé
Fé desse sonho lindo que é amar
e por amor ali fiquei
na rua torta no rio torto sonhando.


Jorge d'Alte