quarta-feira, 29 de setembro de 2010

EU SEI

Arde-me os olhos
Das lágrimas que correm
Rasgando o meu rosto
Em raivas que mordem
E cá dentro moendo me drogam
Levando para os sonhos
Que ficaram perdidos
Eu sei amor, eu sei
Que o vento roubou-me as palavras
Eu sei amor, eu sei,
Que onde estiveres também estarei
A alma grita
No escuro sem fim
Rompendo-me os tímpanos
Nesta dor que assim
Cá dentro me traga
Cá dentro me corta
Tirando-me a vida
Deixando-a morta

jorge d'alte

terça-feira, 21 de setembro de 2010

VOEI


Voei no sonho contigo
por entre as núvens
cheias de lágrimas e sorrisos.
Sons de alegria
caindo desamparados
só porque nos uníramos
na mais bela das cruzadas.
Na nossa alma levávamos
estandartes de ternura desfraldadas
carinhos que sorriam
em cada bater de asas

caminhei no sonho contigo
na mais longa das caminhadas
levei amor comigo
que te dei nas madrugadas
só porque nos uníramos
na mais bela das cruzadas
nos nossos olhos levávamos
espadas cintilantes erguidas
ternuras que refulgiam
em cada passada dada

E o futuro sorriu
nas noites estreladas
na lua escondida
que iluminava as passadas
Mas o monstro estava ali
viera com a geada
e no outro lado da lua negra
minha alma foi pregada
na estrada da dor
na onda da tristeza
no nascer desta saudade
só porque deixáramos
o mais belo sonhar
a nossa alma sangrava
em rios de sonoro desespero
lágrimas corriam desvairadas
em cada passo teu e meu
que nos levava e separava...
Amor! para ti, o meu adeus.


jorge d'alte

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

SINTO


Sinto
o meu horizonte cada vez mais curto
A vontade
tenta enganar este corpo ressequido
onde o coração bate
seu tic tac continuo
Cada tempo passado
cada segundo vivido
deixam esta marca de solidão
e então pergunto-me
porque respiro?


Jorge d'alte

domingo, 5 de setembro de 2010

ONDA


Sim uma onda pode ser comparável ao amor!
Ela trás-nos a sua força, a sua melodia, a sua carícia,os seus segredos,toda uma vida interior, a espuma do desejo, o rebolar da emoção e o rebentamento no climax e quando se vai deixa-nos na sua paz até que de novo se erga e torne a ser onda.

Onda que enrola e rebola
Leva a areia deixando a espuma
Amor que enrola e rebola
Pega na emoção devorando-a uma a uma
Onda que murmura segredos seus
como carícia trazendo o desejo
Amor que como onda em sonhos meus
é ternura e carícia no calor do beijo
Onda que a praia percorre
na sua fúria avassaladora
Amor que na pele corre
alma gentil que se adora
Onda que rebenta na rocha dura
salpicando em mil espumas de sal
Amor que explode na mente e perdura
desfazendo esse desejo em suores de sal

Jorge d'alte

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Francesinhas!


Hoje a gula pegou
no calor da conversa
Veio como chegou
nem devagar nem depressa

Voa no ar salivante aroma
chovem fatias de queijo
fatias de pão de forma
entremeadas com um beijo


O fiambre e a linguíça
dormem no meio do pão
mas a gula tira a preguiça
e devolve-nos a sensação.

Agora o molho ferve
mil sabores o compõem
e no prato que se serve
facas e os garfos dispõem


Chamaram-lhe francesinha
a este gostoso pitéu
e na digestão que se avizinha
sonhamos que estamos no céu.

jorge d'alte

Abracei-me a Ti

Abracei-me a ti
porque gostei
quase te perdi
no muito que te amei

Beijo-te agora
com o meu coração
pela noite fora
foste perdição

Os ciúmes vieram
na tempestade
soube que eram
lamentos de vontade

o ódio cresceu
na tua alma em dor
depressa desapareceu
ficando apenas amor

jorge d'alte