sexta-feira, 22 de setembro de 2023

TUDO COMEÇOU

 Noite escura para lá da porta meia aberta indecisa e macambuzia da cor do meu íntimo.
Aberta que fora logo a lua caia fulgurante nos laivos níveos tracejando o redor com sombras e sombrinhas que pareciam mudar como peles de camaleão.
Parei na ponte sobre o rio morno que dividia a parte minha e a dos outros.
Eu pertencia aos outros nos anos passados de pequenino e tal como a sombra que me perseguia cresci aventurei-me nas letras e nos números e agora sou eu com a parte minha mais o meu sonho de amor.
Fora na meia adolescência que  como slide brusco a vi ali mesmo deitada na erva mansa rodeada de papoilas e com os pés mordiscados por minúsculos peixinhos que curiosos tinham vindo.
O espelho calmo do rio espelhou o nosso beijo pequenino como mordiscadelas apressadas e escondido na confusão de caracóis e tranças.
Foi nesse dia que tudo começara com doçura afagada com sorrisos escondidos pelos lábios dados com olhares gigantes.


Jorge d'Alte

quinta-feira, 21 de setembro de 2023

OLHOS

O vento voa nas palavras que respiro
Nas memórias que castigo nas solidões que trago.
Meus olhos azuis viris e sedentos
clamam visões de lábios raiados frementes
de "carmezins" danados que nos levam no tempo.
Olhos que brilham nas perolas choradas
de um amor escondido apertado na garganta
que dói como o caraças como espinho encravado.
Olhos que a veem sorrindo e beijando
bailando no silêncio de palavras armadas de ternura 
o abraço que queria meu mas era do danado.
Olhos que olham a janela aberta e escura
á chuva e ao vento para não falar do frio
mas sem o vislumbre da sombra adorada sem sorriso.
Quantas vezes a chamei, quantas vezes supliquei
quantos sonhos escrevi nas sombras sem palavras saídas.
Olhos que se cruzam gaiteiros e devassos
deixando perfumes promessas e sorrisos.
Olhos que estacam nos dentes níveos do sorriso dado
Olhos de duvidam...será?


Jorge d'Alte 

sábado, 9 de setembro de 2023

O NÓ

O riso subiu aos céus
Esse lugar onde há Deuses no meio de estrelas
Céus negros de frigido
que debulham os sentimentos de amar e da saudade.
O riso subiu aos céus
como pedra caída no charco
fazendo risos ondulantes onde antes eram sorrisos
O teu estava ali
bailando nos dentes alvos
ainda saboreando os deleites do beijo
Fora trocado momentos antes 
depois do Sim dado.
O riso subiu aos céus
no meio de arranhares de panelas e tachos.
Eram deles eram nossos
eram presentes e passados
Talvez o futuro de permeio também nos sorrisse ali.


Jorge d'Alte