sábado, 10 de setembro de 2022

QUANDO O SOL AMUOU

Quando o sol amuou
escondeu-se atrás das nuvens
escureceu o céu
iluminou-o com raios e cataratas de chuvas
trovejou e voltou radiante
um rosto de beleza singela onde o sorriso reinava
emanando vida e amor.
Fiquei cativo no beijo pedido
escravo no afago
sedento no suor
Amei-a quando o Sol amuou,
atrás das nuvens, indiferente a chuva que caía
aos trovejos grotescos
voz rouca esmagada no delírio.


Jorge d'Alte

quarta-feira, 7 de setembro de 2022

OLHEI-TE

Olhei-te nos meus olhos azuis 
na contraluz de um sol espargido
um corpo de traços vis
um rosto sem pique
uma voz como que rugido
um mero clique.
Lancei meus braços nesse negrume
dei-te luz e uma alma
chamei-te de lá alma em lume
obsessão  que se espalma
no íntimo ardente
Então beijei minha boca na tua
dei-te tudo como quem sente
num apogeu até á lua.
Olhei-te nos meus olhos azuis
teus olhos verdes singelos
e essa lágrima que me deste
correu rios e degelos
és agora o meu deleite 
pequena alma que me perdeste
que nunca mais te enjeite.

Jorge d'Alte