domingo, 27 de agosto de 2017

Renascer






O calor azedo e pesado
cai impiedoso sobre os meus ombros
tentando vergá-los
Fecho os meus olhos e vejo
amigos longínquos
que me procuram
e então com esforço me ergo
olho meu mundo amizade
e sinto bem cá dentro
que o meu tempo ainda não acabou
porque o amor ainda me fere
com sua suave chama
e com a minha fala

tento ajudar quem me ajudou!

Jorge d'Alte

quinta-feira, 17 de agosto de 2017

INCOMPREENSÂO
















A árvore sob o pano
Estendia seus tentáculos.
Os olhos numa ilusão óptica
Viam o vulto sem alma
Tentáculos vergados
Que se escapavam e floresciam
Um rosto sem pormenor
Sem qualquer traço de ter mudado.
Não tinha!
Sentia rebolar-se no gozo
Atirou a gargalhada ao ar.
Todavia havia qualquer coisa mais
Um novo motivo de satisfação
Que ainda não compreendia.
Viram-no parar do lado de fora
Olhando para cima e para baixo
Como que para decidir em que direcção.

(Teria um encontro marcado?)


Jorge d'Alte




sábado, 5 de agosto de 2017

CIDADE















Paredes altas, tão altas que esganando apertam
erguem-se num desafio aos céus
competem com estrelas lá no breu
torres de vida, que de luz doirada se iluminam
babilónia de línguas que se mordem
estroncando o silencio com intrigas
agrestes. Em baixo como formigas
passos soam, como gongos que sacodem
poeiras que racham vida, sem solidariedade
trazendo olhos como focos cegos
escondendo em interstícios, a verdade

elevando na soberba nossos egos.


Jorge d'Alte


quinta-feira, 3 de agosto de 2017

CIDADE












Paredes altas, tão altas que esganando apertam
Erguem-se num desafio aos céus
Competem com estrelas lá no breu
Torres de vida, que de luz doirada se iluminam
Babilônia de línguas que se mordem
Estroncando o silencio com intrigas
agrestes. Em baixo como formigas
Passos soam, como gongos que sacodem
Poeiras que racham vida, sem solidariedade
Trazendo olhos como focos cegos
Escondendo em interstícios, a verdade

Elevando na soberba nossos egos.




Jorge d'Alte