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terça-feira, 28 de dezembro de 2010
POETA
Poeta
a emoção recordada
num estado de espírito tranquilo
e no entre isto e aquilo
a meta
está ou não está inerente
na prosa rimada
do que realmente se sente!
Jorge d'Alte
quarta-feira, 15 de dezembro de 2010
AMIGOS
com lindas palavras me abraçaram
com perguntas ajudei
com sinceridade perguntei
"porque sinto isto aqui dentro de mim"?
este imenso sentimento sem fim
porque me deram essa mão
sim! qual foi a razão?
Mas para quê saber
se me tiram do sofrer
se me dão esse sorriso todo
se me sacam deste lodo
se me dão uma razão para de novo viver
quem faria isto por mim senão um amigo a valer
Jorge D'Alte (Thesoul_feelings_dreams.Blogs.sapo.pt)
ECOS
O grito criou ecos na minha mente!
Abri os olhos em pálpebras dormentes
Vi nas sombras que me engoliam, a ilusão dos sentidos
onde monstros poderosos, suas garras estendiam
e nesses momentos sofridos
eu tive somente
a visão de mundos diferentes
onde só vemos apenas o que queremos
e iludidos e cegos ficaremos
se não tivermos a coragem de destrinçar
o que os ecos pretendiam
E neste acordar
olhar de frente os medos, e assumir
e então combate-los, com a ponta de um sorrir.
Jorge d'Alte
segunda-feira, 6 de dezembro de 2010
ENTRE A VIDA E A MORTE
As ruas outrora soalheiras
vertem como lágrimas
O vento ruge na sua corrida
levando nesse ar revolto
as folhas da nossa vida.
E elas ali ficam
expostas ao relento
tremendo no frio
tremelicando no vento
O coração despido arrefece
a tristeza cruel aparece
e o olhar pardacento
carece da alegria.
Já não sente a carícia
das noites de luar
onde tu e eu sabíamos amar.
Já não escuta o teu sussurrar
e as ondas daquele mar
que era feito de paixão.
Não as saudades são como facas
cortando pedaços da minha alma
deixando-as na beira da calçada
onde qualquer predador
se pode aproveitar
pois a dor que doi
veio para ficar
Levou-me todo um mundo
que ficou por desvendar
trouxe-me outros horizontes
dizendo-me que era o futuro
deslumbrou o meu olhar
com um novo raiar de luz
e três almas me acarinharam
frutos desse meu amor
Mas a vida continua e cresce
a idade não perdoa e aparece
e no constante definhar
A chuva lá aparece
o vento ruge a sua fúria
e na tempestade virá um dia
o momento perene
entre a vida e a morte
onde o passado me acolhe
e um novo futuro se avista.
jorge d'alte
quarta-feira, 10 de novembro de 2010
TODA A GENTE ERRA
Quisera eu um dia poder voar
subir ao céus por entre nuvens
e nas estrelas te procurar
Grito cá embaixo e tu não vens
e o coração sempre a soluçar
a saudade rasgando-me este peito
desfez os sonhos de te poder amar
Deitado olho o lado do meu leito
o lado frigido porque partiste
Abraço este vazio que me acolhe
os olhos choram porque estou triste
a voz embarga na dor que a tolhe
o sorriso morreu nesse mesmo dia
Queria iluminar a noite como cometa
ser aquele doce fogo que em nós ardia
mas no fim deste sonhar sonhos de treta
eu apenas queria pegar na tua mão
correr contigo pelos céus e pela terra
voltar a sorrir poder dar-te o meu perdão
dizer-te ao ouvido que toda a gente erra
jorge d'alte
sábado, 6 de novembro de 2010
RAIVA
A raiva morde-me o rosto
transfigura-o a seu gosto
as mãos ficam suspensas no ar
o punho fecha-se para esmurrar
mas nada alcança no seu gesto
nada há para alcançar e de resto
como se pode esmurrar a morte?
Pois foi essa a minha sorte
ela veio calada e sorrateira
e como gata assanhada e matreira
levou- me aquela que me era amor
Ficou com a sua magia deixou-me a dor
E agora que nem a raiva ajuda
morro na saudade louca e muda
Jorge d'alte
terça-feira, 12 de outubro de 2010
ERAS PARA MIM
um misto de encanto
um pouco de sonho
nos meus olhos voando
E quando te vi
teus olhos me sorriram
teus lábios rubros de rubi
lúbricos se abriram
nossos corações
agarrados dançaram
musicas de emoção
pérolas que ficaram
enchendo as almas
suando as peles
que brilhantes de amor
nos deixaram enertes.
jorge d'alte
sexta-feira, 1 de outubro de 2010
Tonecas e a Micas
Tonecas vestiu o seu fato domingueiro de tom pardo e ajeitava o seu bigodinho, quando Micas desesperada entrava no quarto e pegando na sua mão o puxava.
Bamos amore ca camionete não espera.
Micas loira e rechonchuda vestia uma blusa e uma mini saia de sarja que fazia sobressair o seu traseiro. O seu andar apressado fazia vacilar os altos tacões que feriam as pedras do caminho.
Tonecas esbaforido suava para a acompanhar. Queria ter ficado em casa quietinho no sofá vendo a sua série preferida e como sempre acabando por passar pelas brásas.
Anda home assobe ca coisa bai andare.
Entretanto Micas encalhara na subida dos degraus. A mini era tão apertada que de tão esticada gemia prometendo rebentar a qualquer momento. O motorista tinha o motor ligado e estava danado já estavam atrasados e aquela avantesma não subia os degraus. Por isso puxava por ela, que gritava:
Ò tonecas dá cá uma ajuda. E agora eram dois a puxarem por ela mas o rabo pesava e ela não arredava.
Tonecas teve uma ideia, saiu pela porta de trás empurrando agora aquele traseiro que tão bem conhecia.
Upa amore, Assobe, arre, bamos agora!
De repente aconteceu, o rabo não subiu e desceu trazendo consigo o motorista e esparramando-se os dois encima do pobre Tonecas que abafado gemia
Tirem-me daqui seus danados!
Por fim desensarilharam-se sacudindo o pó e esticando a mini saia.
Bamos lá cagora a coisa bai.
De novo Micas ergeu a perna, pousou o pé no degrau e... encalhou!
ò sor motorista ajude aqui por favor.
Agora com o ombro no traseiro da Micas, Tonecas suava com o esforço enquanto que o motorista lá ia fazendo força naquele pedaço grande de carne que era aquele traseiro
ò sor motorista tire a mão daí que me magoa a... aaaaí gritou Micas dando um pulo e subindo de vez os degraus sentando-se no banco do motorista de pernas abertas ainda atordoada.
O Sr Fagundes que era como se chamava o motorista tinha pegado numa agulha e espetara aquele alvo rosado e fora o bastante para que este voasse subindo como um balão.
Olhando espantado aquele rabo subindo, Tonecas estendeu a mão ao sr Fagundes agradecendo a sua inspirada colaboração...mas agora a camioneta ia descendo a calçada aos solavancos a caminho da praça.
Tonecas corria gritando pela Micas que fugia.
Fagundes gritava, saia dai sua maldita...
jorge d'alte
quarta-feira, 29 de setembro de 2010
EU SEI
Das lágrimas que correm
Rasgando o meu rosto
Em raivas que mordem
E cá dentro moendo me drogam
Levando para os sonhos
Que ficaram perdidos
Eu sei amor, eu sei
Que o vento roubou-me as palavras
Eu sei amor, eu sei,
Que onde estiveres também estarei
A alma grita
No escuro sem fim
Rompendo-me os tímpanos
Nesta dor que assim
Cá dentro me traga
Cá dentro me corta
Tirando-me a vida
Deixando-a morta
jorge d'alte
terça-feira, 21 de setembro de 2010
VOEI
Voei no sonho contigo
por entre as núvens
cheias de lágrimas e sorrisos.
Sons de alegria
caindo desamparados
só porque nos uníramos
na mais bela das cruzadas.
Na nossa alma levávamos
estandartes de ternura desfraldadas
carinhos que sorriam
em cada bater de asas
caminhei no sonho contigo
na mais longa das caminhadas
levei amor comigo
que te dei nas madrugadas
só porque nos uníramos
na mais bela das cruzadas
nos nossos olhos levávamos
espadas cintilantes erguidas
ternuras que refulgiam
em cada passada dada
E o futuro sorriu
nas noites estreladas
na lua escondida
que iluminava as passadas
Mas o monstro estava ali
viera com a geada
e no outro lado da lua negra
minha alma foi pregada
na estrada da dor
na onda da tristeza
no nascer desta saudade
só porque deixáramos
o mais belo sonhar
a nossa alma sangrava
em rios de sonoro desespero
lágrimas corriam desvairadas
em cada passo teu e meu
que nos levava e separava...
Amor! para ti, o meu adeus.
jorge d'alte
quinta-feira, 9 de setembro de 2010
SINTO
domingo, 5 de setembro de 2010
ONDA
Sim uma onda pode ser comparável ao amor!
Ela trás-nos a sua força, a sua melodia, a sua carícia,os seus segredos,toda uma vida interior, a espuma do desejo, o rebolar da emoção e o rebentamento no climax e quando se vai deixa-nos na sua paz até que de novo se erga e torne a ser onda.
Onda que enrola e rebola
Leva a areia deixando a espuma
Amor que enrola e rebola
Pega na emoção devorando-a uma a uma
Onda que murmura segredos seus
como carícia trazendo o desejo
Amor que como onda em sonhos meus
é ternura e carícia no calor do beijo
Onda que a praia percorre
na sua fúria avassaladora
Amor que na pele corre
alma gentil que se adora
Onda que rebenta na rocha dura
salpicando em mil espumas de sal
Amor que explode na mente e perdura
desfazendo esse desejo em suores de sal
Jorge d'alte
quinta-feira, 2 de setembro de 2010
Francesinhas!
Hoje a gula pegou
no calor da conversa
Veio como chegou
nem devagar nem depressa
Voa no ar salivante aroma
chovem fatias de queijo
fatias de pão de forma
entremeadas com um beijo
O fiambre e a linguíça
dormem no meio do pão
mas a gula tira a preguiça
e devolve-nos a sensação.
Agora o molho ferve
mil sabores o compõem
e no prato que se serve
facas e os garfos dispõem
Chamaram-lhe francesinha
a este gostoso pitéu
e na digestão que se avizinha
sonhamos que estamos no céu.
jorge d'alte
Abracei-me a Ti
porque gostei
quase te perdi
no muito que te amei
Beijo-te agora
com o meu coração
pela noite fora
foste perdição
Os ciúmes vieram
na tempestade
soube que eram
lamentos de vontade
o ódio cresceu
na tua alma em dor
depressa desapareceu
ficando apenas amor
jorge d'alte
quarta-feira, 18 de agosto de 2010
HOJE
Hoje vi-te tal como és!
um ser ínfimo que se julga um deus
O teu ódio iluminou-te de lés a lés
matando esse amor nos olhos teus
Tua boca proferiu como terramoto
palavras doentias que crestaram
essa alma que não sente e só no remoto
arde tão pequena que a tragaram
E agora só, grita espumando
que não dissera o que disseram
que era um coração que mesmo odiando
amava-me tanto, tanto e no final eram
palavras e palavras apenas, sem sentido
que tinham magoado aguilhoado e ferido
este meu coração que em amor se entregara
Palavras duras que meu peito rasgara
Lançando-me num abismo tão profundo
Onde o negro breu sorve o meu mundo
Jorge d’Alte
segunda-feira, 26 de julho de 2010
Vazio
A chuva cai em lenta agonia
caindo no solo quente, num aroma diferente.
Trás-me ao olhar a recordação
do raio de luz que se tornou trovão
que ofuscou o olhar e em sintonia
refulgiu no monte, na oliveira perdida
e rodeando seu tronco jovem, indiferente
sua seiva sugou, seu ventre sulcou
e agora nesse lugar esquecido
apenas mero toco vazio, restou
jorge d'alte
terça-feira, 20 de julho de 2010
como ferida aberta
que no tempo tento sarar
Tempo que corre e aperta
as veias que enchem a sangrar
o meu coração disforme
de tanto trambolhão ter dado
E esta dor como aguilhão enorme
me fere me esquarteja como fado
desde o dia em que me olhaste
e depois de um beijo partiste
e não mais com teu sorriso voltaste
Com esse olhar decidido me pediste
que não te desse mais o meu amor
que tudo tem um fim um dia
que ficasse bem com esta dor
quando amar-te era tudo o que eu queria
jorge d'alte
terça-feira, 13 de julho de 2010
Não me deixes só
Ai porque partiste
desta vida inocente
num golpe de morte?
Tudo eram sonhos
Tudo era a nossa cor.
Num instante estou só
com a alma bem triste
tudo acontece de repente
na ventania da sorte
Meus olhos tristonhos
choram o nosso amor.
Não me deixes só!
Vejo-te neste jardim
entre as flores sedentas
Cortaram-lhe as raizes
e agora jazem como tu
cada vez mais esmaecidas
Porque me deixaste só?
Porque teve de ser assim?
Ai dor que me rebentas
Tento ouvir o que me dizes
ficar nesse sonho como tu
deixar as dores esquecidas.
Quem me dera estar aí
contigo de mãos dadas
para o olimpo erguer o olhar
jazendo ao teu lado deleitado
dar-te o meu beijo sentido
e na sua emoção adormecer
Partirmos juntos por aí
vivermos em noites estreladas
seremos duas almas a amar
e nos luares bem aconchegado
sentir esse amor, ó mar batido
olhar para ti, até a dor morrer.
jorge d'alte (para ti um amor eterno)
terça-feira, 29 de junho de 2010
A Dor
Espetava ali, espetava acolá
O seu sorriso era esfuziante
Encontrara morada mesmo lá
no coração destruído em cacos
Como é bom este saborear!
Sorver o pus em simples nacos
e cada vez mais fundo retalhar
Ó delicias nunca encontradas!
Chama a tristeza sua amiga
Clama pela saudade abraçadas
juntam-se assim para uma briga
Cada uma tenta sem dó ganhar
A tristeza lança a lágrima agora
a saudade insinua-se a latejar
mas a dor ri-se delas e na hora
lança mais um pico de espeta
e agora é a alma que sente e geme
e a tristeza destra lança a sua peta
tentando por-se na frente ao leme
A saudade retalia com a distancia
agora a angustia foi chamada
mas a dor em última instancia
já não espeta, é ferida inflamada
infectando o sangue com mais dor
roendo o louco desejo e a emoção
rompendo de vez a restea do amor
deixando um ser sem alma e coração
Jorge d'alte Do blog thesoul_feelings_dreams.blogs.sapo.pt/
quarta-feira, 23 de junho de 2010
Maldição
Desvairado tenta sugar o néctar guardado, para depois como sanguessuga se alimentar dos nossos medos, das nossas dúvidas, da nossa indecisão e então poder livremente despojar as nossas almas, de tudo o que temos de melhor e deixar aí apenas num ar fétido e apodrecido a escuridão dos infernos e as trevas que nos irão devorar.
Aí dor que dói, ai tristeza que nos cega, ai saudade que nos corrói ide com as nefastas memórias e deixai a luz entrar nas nossas almas, para nos encher de alegria fazer-nos sorrir, fazer-nos voar nos sonhos....mas maldição, tu estás sempre aí à cuca estendendo teus tentáculos de abutre pairando, pairando em vôos circulares cada vez mais baixo, mais baixo, mais baixo até nos apanhares e sangrares e despedaçares em cada bicada um pouco da nossa alma.
Chega!
Faça-se luz!
E o mundo renasceu em mìriades de pontos estelares onde a vida aconteceu.
A minha, a tua, a nossa....
jorge d'alte 23.06.10
sexta-feira, 18 de junho de 2010
Morte
O espírito da alma despedira-se levando com ele todas as emoções todos os sonhos todas as forças e fraquezas toda uma vida.
A luz alva indicava o novo caminho onde o som não era escutado mas sim ouvido, onde o sentir não era toque mas sim fluir.
No seu penar os julgos tinham sido concedidos e as portas desse novo mundo estavam abertas.
Seria isto o paraíso?
Esses céus outrora falados?
Que vida iria ser encontrada, pois a alma ainda vivia.
E o tal Deus onde está?
A resposta veio repentina escrita na tonalidade da luz. Deus é tudo o que viste, o que vês e o que verás.
A alma sorriu a calma voltara e nas sombras da luz procura agora aquela que partira aquela que amara.
O encontro estava ali sorvendo o sorriso beijando no abraço e as almas se enlaçaram e numa nova luz juntas seguiram!
Jorge d'Alte 18.06.10
quarta-feira, 9 de junho de 2010
O sabor do amor
Hoje acordaste com um sorriso.
Teus sonhos foram soprados com carícias e a pele tensa era reflexo das emoções que povoavam esse sonho e que continuavam cada vez mais ávidas do sentir e o arrepio veio com o sabor do desejo.
Teus lábios colados procuravam línguas de fogo que como labaredas queimavam por dentro ondulando conforme o desejo em tons de lava que subia inclemente gorgolejando na garganta até aos píncaros da mente para então explodir como vulcão.
Teu corpo colado tenta em vão a separação, pois quando se vai a soltar vem de novo a tentação roubar-te a calma do coração e o fogo esmorecido é de novo fúria de vulcão lava que de novo sob sob sem cessar até que de repente já não é dor nem som é apenas o paraíso onde vive a emoção onde o desejo se acalma e fica apenas o sabor do amor dado.
Jorge d'Alte 9.06.10
terça-feira, 8 de junho de 2010
Diz-me
Tantos sonhos realizei,novos se abrem no meu horizonte e tudo poderia ser risonho se em fases desta vida não tivesse sido obrigado a sofrer.
Queria esquecer estas desditas, mas como?
Se elas bailam sempre no meu olhar assombrando o céu dos meus olhos e marcando a ferro a alma esquartejada.
Como posso esquecer?
Diz-me...
jorge d'Alte 8.06.10
segunda-feira, 7 de junho de 2010
Não...
Não era adeus, não era saudade,não era dor, nem tristeza, mágoa, angustia, não...
Era apenas felicidade no amor!
Jorge d'Alte 7.06.10
sexta-feira, 4 de junho de 2010
Recordação
quarta-feira, 2 de junho de 2010
A nossa maior dádiva
Assim o silencio recebeu de bom agrado "meditação" e neste predestinado ambiente coisas boas e más me passaram pela tola. Toda uma vida cheia de peripécias, cheias de altos e baixos, cheia de despedidas de amigos que já partiram mas que ainda vivem na saudade. Pois é!
Dos amigos da meninice já perdi duas mãos cheias,uns muito cedo ainda nos tempos de estudante outros mais recentemente. No entanto outros houve, companheiros de escola e liceu que se deixaram seduzir pela via fácil da vida, que por fim os escravizou, sodomizou, impondo um rumo pré determinado que os levou a dores profundas, à marginalização por parte de todos, grupo em que tristemente me inclui durante algum tempo. Falo das drogas e dos seus malefícios. Das pessoas que antes eram lindas, risonhas, companheiras e que a breve trecho eram apenas sombras de vida. Eu na altura não compreendia como pessoas saudáveis, muitas com um grau alto de inteligência e intelectualidade, se deixavam arrastar neste vicio escravatizante e degradante e acima de tudo destruidor das suas almas e vidas, quando havia muitas pessoas a lutarem em hospitais, sobretudo crianças por apenas mais um dia que já não tinham.
Aprendi com desgosto a conviver com esta realidade e sempre que posso e vejo alguem pela droga subjugado compro a paz da minha consciência e dou um gesto de ajuda. Sei perfeitamente que isto não é nada, não passa de um avançar dos ponteiros, mas sinto que por um lapso de tempo eu alegrei um coração ferido, uma alma perdida mas que no fundo, perdido, tem ainda résteas de vida.
Com o passar dos tempos vamo-nos apercebendo do muito que não fizemos, do muito que poderíamos ter feito, de pequenas coisas que teriam feito a diferença, mas por sermos jovem só olhávamos para o nosso umbigo.
Agora à distância consigo aperceber-me de tudo isto, mas no entanto também lutei muito por um mundo melhor, pela amizade entre os seres por um planeta verde onde a minha descendência e a dos outros, possam continuar a viver e amar!
Está quase a chegar a hora de dar espaço aos mais jovens, aqueles que um dia porque sonharam levarão a humanidade para além das fronteiras conhecidas, para novos mundos, para novas realidades de vida, mas que levem sempre no olhar a ternura humana e no coração a nossa maior dádiva o "AMOR".
Jorge d'alte 2.06.10
segunda-feira, 31 de maio de 2010
O local do nosso amor
o meu coração em vão se esvai
triste desdita,ai sina minha
pois tudo num dia se esfumara
O seu rosto lindo e trigueiro
olha-me em ternura que se vai
mas a alma doce que ela tinha
era amor em flor que me amara
Quanto tempo por aqui fiquei?
quantas lágrimas ali ficaram
humedecendo nesse solo árido
sonhos e sonhos qu'eu sonhara
Ai quantos anos triste voltei
quantos soluços se soltaram
quisera eu ter também morrido
ó dia maldito que me apunhalara
Tua ramagem outrora de menina
é agora copa fora de alcance
cresceste na vida como semente
e agora voas como ave errante
Tuas raízes cavaram uma mina
onde guardaste sonhos sem chance
toda uma amargura que se sente
neste local onde amor foi garante.
Jorge d'Alte 10.06.10
domingo, 30 de maio de 2010
No meu trono
Poeta
Poeta
a emoção recordada
num estado de espírito tranquilo
e no entre isto e aquilo
a meta
está ou não está inerente
na prosa rimada
do que realmente se sente!
Jonel 28/08/09 F. Numão
Porto minha Cidade
Arribas suspensas sobre casario adormecido
onde as sombras se encolhem em ruas apertadas
que gingando se espraiam até longas avenidas.
A idade fere essas pedras gastas e enrugadas.
As cores, outrora garridas, perecem agora num tom esmaecido
enquanto que lá em baixo, as lágrimas perdidas
correm em correntes d'ouro e redemoinhos, levando-as até ao mar.
A maresia sobe em ventos, com gaivotas a pairar
trazendo ás gentes desta cidade, novas desse mar
onde pequenos barcos ondulando vogam, de cá para lá
trazendo nas suas redes e arpões, peixes a saltar.
E de quando em vez ,as gentes estão lá
perdidas na praia, gritando a Deus, que não os leve já
e que a tormenta rebentada
que explode na praia num turbilhão,
não traga na espuma que fica
o nome querido, de gente afogada
nem a perda do seu ganha pão,
As lanternas brilham, os gritos morrem
e as rezas choram o até já
enquanto que de joelhos na água salgada, as almas imploram e sofrem.
No outro lado, nas grandes avenidas, fica a gente rica
Os shoppings enchem-se de gente de outra vida.
Enfardam-se os papos, de gorda comida
Vêm-se cinemas a abarrotar
e a lufa lufa do dinheiro, lá vai enchendo os sacos.
Escadas chiando rolam sem parar
e a azafama stressa, em pequenos nacos.
Nos amarelinhos, partimos numa viagem por trilhos
Monumentos desfilam, entre praças, parques e jardins.
Lojas brilham entre roupas e afins
E se queres sarilhos
então visita os bairros erguidos
onde em janelas espreitam, gente boa e foragidos
Subindo e descendo em penosas colinas deparamos com a Sé
onde antigamente, o gentio se arrastava em fervorosos actos de Fé
Mas descendo agora as velhas calçadas, de pedra cortada
vemos o antigo, muralhas bolorentas e a grande arcada
e bem lá em baixo corre pachorrento até á barra, o Douro, nosso rio
trespassado por pontes que unem a vida
e por baixo, nas margens alcantiladas
os cafés, os bares as tasquinhas por jovens e velhos são procuradas.
E olhando essa grandiosidade, sinto um longo arrepio
tantas histórias guardadas, tanta dor suportada, tanta história vivida
e com orgulho, enfrento a agreste nortada
que me arranca dos olhos, lágrimas de verdade
e mesmo que esses ventos, a minha voz abafem
eu grito mesmo sufocado, esta é a minha "Invicta e Nobre Cidade"!
E para aqueles que nela vivem, que a merecem, sentem e sabem
ela será para sempre, a nossa amada!
Jonel 13.09.09
Ciùme
Vi outro dia teu rosto deformado!
Aquilo que fora ternura e amor
era agora rosto encolerizado
era fogo rubro no sol pôr
Triste perguntei-te o porquê de tudo isto
e tu me respondeste que era o teu ciúme
que te roía por dentro como um quisto
e ateava essa chama no teu lume
tudo porque eu tinha sobrevivido a ti, minha dor
e era agora feito de alegria e ternura
essa luz reluzente cheia de cor
essa meiga vontade que em mim perdura.
jonel 11.11.09
A tristeza vencida
A areia range sobre o meu peso
os passos outrora decididos
são agora sombras marcadas no passado
A agrura da vida cava rugas no meu rosto
por onde algumas vezes
as lágrimas escorreram como rios
Ao meu lado as ondas num vai vem
parecem destinadas a levar-me também.
O seu marulhar como ode á tristeza
puxa os meus sentidos em tentáculos estendidos
cada vez mais fortes, cada vez mais audazes, decididos
O seu cântico enfático acelera o meu passo
e o ranger ritmado torna-se bater compassado
perfumado pela maresia que me envolve
como bruma cega onde nada se sente e se enxerga
Então como bálsamo a brisa vem ter comigo
suavemente bate-me no rosto
abana meu corpo para me acordar
murmura-me nos ouvidos aquilo que eu sinto
abre-me a ferida num grito consentido
lava-me a alma com pétalas de ternura
e com carinho dá-me a mão devolvendo-me á vida.
A tristeza estremece indignada
Não querem ver que esta danada
me vai trair e levar esta alma de novo a sorrir?
A brisa em fúria sacode-a no vento que agora ruge
no auge da tempestade que me colhe
A tristeza avarenta e amarga dá lugar á esperança
que agora brilha no meu olhar.
A areia range sobre o meu peso
os passos lentos são decididos
na sombra que cresce atrás de mim
a tristeza insiste mas não tem sorte
porque a brisa chamava-se amor
e esta cura todas as feridas, toda a dor!
jonel 20.11.09
O Barco do Adeus
O barco da vida levantou ferros do cais do adeus
levando lá dentro um amor que feneceu
As velas içadas levavam enfunadas
recordações vivas e passadas
Vivencias adornadas por ventos contrários
que ora eram ternuras, carinhos, beijos
ora eram essas palavras duras e iradas,
na tua mente inventadas
Descendo o rio em direcção ao mar
levo toda a tristeza presa no olhar
e nem mesmo o vento me arranca
esta dor que cá dentro avança
como doença ruim que aos poucos me mata
e de horizonte em horizonte
sempre com o sol por detrás
o meu rosto será sempre sombra
essa sombra que á frente está
não deixando entrever a agonia atroz
que lentamente me cava na alma
Jonel 23.12.09