segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

ENTRE A VIDA E A MORTE

A chuva chegou por fim
As ruas outrora soalheiras
vertem como lágrimas
O vento ruge na sua corrida
levando nesse ar revolto
as folhas da nossa vida.
E elas ali ficam
expostas ao relento
tremendo no frio
tremelicando no vento
O coração despido arrefece
a tristeza cruel aparece
e o olhar pardacento
carece da alegria.
Já não sente a carícia
das noites de luar
onde tu e eu sabíamos amar.
Já não escuta o teu sussurrar
e as ondas daquele mar
que era feito de paixão.
Não as saudades são como facas
cortando pedaços da minha alma
deixando-as na beira da calçada
onde qualquer predador
se pode aproveitar
pois a dor que doi
veio para ficar
Levou-me todo um mundo
que ficou por desvendar
trouxe-me outros horizontes
dizendo-me que era o futuro
deslumbrou o meu olhar
com um novo raiar de luz
e três almas me acarinharam
frutos desse meu amor
Mas a vida continua e cresce
a idade não perdoa e aparece
e no constante definhar
A chuva lá aparece
o vento ruge a sua fúria
e na tempestade virá um dia
o momento perene
entre a vida e a morte
onde o passado me acolhe
e um novo futuro se avista.


jorge d'alte

1 comentário:

  1. Entre a vida e a morte eu escolheria a morte :) . É assim se nós andamos nesta vida cheia de mentiras da m*rda prá quê andarmos cá ?! Acho uma perfeita estupidez estarmos cá e toda a gente mentir .

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