sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017





Pedi ao tempo
que não levasse essas palavras tuas
que não me deixasse esperanças nuas
que eu não fosse um mero passatempo
Entre as agruras me desse essa mão
me protegesse do infernal alçapão
onde o fogo lavra
onde a dor cava
onde o desespero crava
onde não já nãos és nem sonho nem realidade
teu nome  uma só palavra
num amor sem fertilidade

Pedi ao sol esses tempos de passado
que ficaram inertes aquém do horizonte
esses lábios amados que beijei um dia
esse corpo feito de suores de amar
esse dormente abafado
que um dia foi amar de fonte
esse sorriso que de desejo me feria
essas juras de que sonho não era para acabar.....

Pedi á Lua que me desse noites brancas de luar
me desse camas  quentes de cetim dourado
me levasse nessas ondas de mergulhar
não me deixasse como barco naufragado
perdido nas tempestades do pensamento
me levasse nos murmúrios do vento
me deixasse na areia solta amado


Jorge d'alte