sexta-feira, 24 de junho de 2011

GÉNESE





O arco que fazia a minha vontade,
tenso esticava como mola puxada.
O olhar em flecha fixava o alvo;
Olhos fixos na miragem
de vaporosos não vistos.
A voz do vento não ajudava!
Criara o zunido como vergastada,
causando um prurido por dentro da barriga,
pecha da alma como pederneira.
Incendida a flama tomou-me como tocha incauta,
que derreteu a cera que me escondia,
deixando-me ali nu,
perante ti.

( O olhar alarmara o seu rosto
afogueando as suas faces trigueiras.
Seu cabelo era fogo esvoaçando…
Era ruivo e encaracolado e batia-lhe na cara,
sardando-o.
Gravitou atraída numa órbita curta,
tornando o seu núcleo escaldante como lava.
Mnemónica alarmou-se,
como ontogénese um sentir fecundou,
sentiu a paráfrase do seu intimo,
semente de sentimento que sativou
e que saciou no cumulo do beijo)


Jorge d'Alte