O tlim caiu
no boné do chão
como pinga
chuvosa que dá vida ao solo.
O cheiro de
pão fresco era outro som
que
redemoinhava cá dentro,
como gases no
estômago vazio.
Algures numa
qualquer abadia,
o tlim era
barulhar de talheres.
(que esta
refeição, seja repartida pelos pobres deste mundo)
Lançada a
bênção numa imaginativa cruz,
contente o
abade, mais o padre, mais o bispo,
escorriam
baba incontida no guardanapo,
em bochechas
tintas do inebrio.
Na cidade das
decisões, o tlim tocou noutro tom,
entrou num
bolso roto
que a
ganância furou.
(Luvas e
sacos verdes inventou)
Sonhava
megalómano TGVs e afins,
ficar na
história como herói da altivez.
O banqueiro,
esse tlintava esfregando as mãos.
Tantos tlins
que choviam mas que não molhavam o chão,
caíram como
rios inundando contas.
(Spreads,
juros e penhoras ordenou)
A puta da rua
escura o tlim colheu.
Meteu-o no
meio de mamas e assim cresceu.
O fisco que
se foda, pois aqui quem fode sou eu!
(Hiv, siflis
e outros pratos serve sem qualquer controlo)
O maroto do
tlim não mais tlintou.
O boné vazio,
o pobre olhou.
O abade
benzeu-se, o diabo do tlim bazou.
O político
danado ao tlim decretou.
O banqueiro
para tlintar, juros aumentou.
A puta de
pernas abertas ao tlim blasfemou.
Por fim o
tlim foi-se como veio,
já não é som
que tlinta,
agora é
remedeio na barriga aflita
e a mão
estendida é toda uma nação.
Porque um dia
os políticos acordaram,
gostaram
deste som e enfardaram
e tlim para
ali e tlim para acolá,
e agora a
merda do tlim, já não há.
Jorge d'Alte