domingo, 28 de fevereiro de 2016








Corria no vento
levando nos pés
o sonho da vida
Sua alma era alento
que de lés a lés
numa investida
seu corpo movia
Os passos batidos
soavam a quem ouvia
como surdos pedidos
e as pessoas gritavam
cada vez mais alto

" força" e os passos voavam
O coração dava mais um salto
O vento zunia nos ouvidos
o frenesim louco se apoderava
e a passada galgava apesar dos ruídos
A raiva da luta era força que a abraçava
No auge os olhos sonhadores já viam
o pano listado que indicava a meta
os corpos suados agora gemiam
lado a lado numa emoção completa
Mais um metro e tudo terá terminado
mais um metro de esforço dorido
Agora o corpo não seria ultrapassado
a vontade fora a chave, tinha vencido!


Jonel 24.03.10

domingo, 21 de fevereiro de 2016





Hoje vi-te tal como és!
um ser ínfimo que se julga um deus
O teu ódio iluminou-te de lés a lés
matando esse amor nos olhos teus

Tua boca proferiu como terramoto
palavras doentias que crestaram
essa alma que não sente e só no remoto
arde tão pequena que a tragaram

E agora só, grita espumando                                                
que não dissera o que disseram
que era um coração que mesmo odiando
amava-me tanto, tanto e no final eram
palavras e palavras apenas, sem sentido
que tinham magoado aguilhoado e ferido
este meu coração que em amor se entregara
Palavras duras que meu peito rasgara
Lançando-me num abismo tão profundo
Onde o negro breu sorve o meu mundo


Jorge d’Alte

terça-feira, 9 de fevereiro de 2016







Quis voar e não pude
Empunhei ousado a minha voz
Quis consagrar um amor eterno
Mas foi tudo em vão
Como luz que na alta noite
Bruxeleia e se esvaece
Assim sonhei este sonho
Que ao alvor da manhã padece
Ás grandezas de um ideal
Meu coração se armou
Mas no real dia a dia
O seu fulgor abortou
Resvalei num profundo abismo
Onde a Fé debalde grita
Mas seu eco encheu meu peito
E da centelha criou vida
Vida que eu agora vivo
No fragor da multidão
Leva-me de um lado au outro
Como naufrago na escuridão
Sofri nesta dor
Como amei no teu sorrir
Borboleta em volta da luz
Cega ao seu luzir
Acordei nuns lábios de rosa
Entralaçados nos seus espinhos
Da sua alma desponta a palavra
Que juntou os nossos destinos


                           Amo-te!

                                                           

Jorge d'Alte


sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016












Voando nas asas do meu sonho
Vi um rosto lindo de mulher
Que com lábios rubros me sorria
Ai feitiço que me cativou
Por ti um gozo na vida
Com doce sabor no coração
Afeição nunca sentida
Bem fundo cavou seu lugar                          
Qual punhal me ferindo.


Voando no dorso agitado
Deste sentir em tropel desenfreado
Corei nos teus seios por amor
Ai feitiço que me cativou
Com doces fadigas de paixão
Sulquei este céu                                                                          
Ó magica estrela
E em agonia tormentosa
Me encontrei perdido neste suspiro
que do peito junto aos lábios veio morrer....
Amo-te



Jorge d'Alte