terça-feira, 9 de fevereiro de 2016







Quis voar e não pude
Empunhei ousado a minha voz
Quis consagrar um amor eterno
Mas foi tudo em vão
Como luz que na alta noite
Bruxeleia e se esvaece
Assim sonhei este sonho
Que ao alvor da manhã padece
Ás grandezas de um ideal
Meu coração se armou
Mas no real dia a dia
O seu fulgor abortou
Resvalei num profundo abismo
Onde a Fé debalde grita
Mas seu eco encheu meu peito
E da centelha criou vida
Vida que eu agora vivo
No fragor da multidão
Leva-me de um lado au outro
Como naufrago na escuridão
Sofri nesta dor
Como amei no teu sorrir
Borboleta em volta da luz
Cega ao seu luzir
Acordei nuns lábios de rosa
Entralaçados nos seus espinhos
Da sua alma desponta a palavra
Que juntou os nossos destinos


                           Amo-te!

                                                           

Jorge d'Alte


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