terça-feira, 28 de dezembro de 2010

POETA


Poeta
a emoção recordada
num estado de espírito tranquilo
e no entre isto e aquilo
a meta
está ou não está inerente
na prosa rimada
do que realmente se sente!

Jorge d'Alte

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

AMIGOS

Com pezinhos de lã entraram
com lindas palavras me abraçaram
com perguntas ajudei
com sinceridade perguntei
"porque sinto isto aqui dentro de mim"?
este imenso sentimento sem fim
porque me deram essa mão
sim! qual foi a razão?
Mas para quê saber
se me tiram do sofrer
se me dão esse sorriso todo
se me sacam deste lodo
se me dão uma razão para de novo viver
quem faria isto por mim senão um amigo a valer


Jorge D'Alte (Thesoul_feelings_dreams.Blogs.sapo.pt)

ECOS




O grito criou ecos na minha mente!
Abri os olhos em pálpebras dormentes
Vi nas sombras que me engoliam, a ilusão dos sentidos
onde monstros poderosos, suas garras estendiam
e nesses momentos sofridos
eu tive somente
a visão de mundos diferentes
onde só vemos apenas o que queremos
e iludidos e cegos ficaremos
se não tivermos a coragem de destrinçar
o que os ecos pretendiam
E neste acordar
olhar de frente os medos, e assumir
e então combate-los, com a ponta de um sorrir.

Jorge d'Alte

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

ENTRE A VIDA E A MORTE

A chuva chegou por fim
As ruas outrora soalheiras
vertem como lágrimas
O vento ruge na sua corrida
levando nesse ar revolto
as folhas da nossa vida.
E elas ali ficam
expostas ao relento
tremendo no frio
tremelicando no vento
O coração despido arrefece
a tristeza cruel aparece
e o olhar pardacento
carece da alegria.
Já não sente a carícia
das noites de luar
onde tu e eu sabíamos amar.
Já não escuta o teu sussurrar
e as ondas daquele mar
que era feito de paixão.
Não as saudades são como facas
cortando pedaços da minha alma
deixando-as na beira da calçada
onde qualquer predador
se pode aproveitar
pois a dor que doi
veio para ficar
Levou-me todo um mundo
que ficou por desvendar
trouxe-me outros horizontes
dizendo-me que era o futuro
deslumbrou o meu olhar
com um novo raiar de luz
e três almas me acarinharam
frutos desse meu amor
Mas a vida continua e cresce
a idade não perdoa e aparece
e no constante definhar
A chuva lá aparece
o vento ruge a sua fúria
e na tempestade virá um dia
o momento perene
entre a vida e a morte
onde o passado me acolhe
e um novo futuro se avista.


jorge d'alte