domingo, 27 de abril de 2014





A minha janela é a porta de entrada
para a negra imensidão estrelada
onde tu minha Lua me sorris em luar
me olhas desse longínquo lugar
e em beleza me convidas
a sair da minha treta em noites perdidas.
Nos meus sonhos voando
te levo no meu coração sussurrando
doces palavras dos amantes
que se cruzam no meu pensamento
e por breves instantes
vejo-te no todo e em sentimento
teu olhar a luzir
tua vontade de dividir
essa onda avassaladora que na minh'alma rebenta
com o estrondo da paixão sentida verdadeira e sedenta.




Jorge d'Alte


domingo, 13 de abril de 2014








Pequenos montes de serrania onde a vinha escorrega
esbravejando pela míngua gota que dorida cai
onde oliveiras seculares se agarram em desespero
entrelaçando suas rijas raízes por entre pedras de terra
e como numa efusiva entrega
cachos de uvas crescem como tempero
doando seu aroma etílico a esta serra.
Por ali e aí a amendoeira acena                                                   

prendendo a nossa atenção
mas com toda a pena
lhe digo que só é bonita na floração.
Escuto a figueira
e mesmo que não queira
o zimbro selvagem é o rei da região
e no vento que sopra do suão
vem a promessa de chuva bendita
que começa a cair em pinga-pinga fortuita
que se evapora e eleva nos ares
como doce aroma de maresia de distantes mares







Jorge d'Alte

















terça-feira, 8 de abril de 2014









Sentei-me no empedrado
reuni passos números e letras
vi este mundo quadrado
embrulhei-me em teias de tretas
o sol raiou no nascente
olhos verdes de suaves campos
trouxe-me novas deste efervescente
trouxe-me teus lábios e encantos


Jorge d'Alte