domingo, 10 de julho de 2022

SAUDADES

Eram saudades que tinha
dos tempos de outrora
era a memória menina que se apinha
nos alvéolos girados na roda da hora
Pequenos eramos nesses tempos de nostalgias 
amigos fizemos juntos como espiga 
grãos dourados voando nos ventos do tempo
amámo-los nas letras na vida nas nevralgias 
e crescemos na diáspora no respigo.
Eram saudades saudosas no intimo do âmago
o amor risonho que fundia sorrisos em beijos ansiados
eram dores doridas de incertezas e lágrimas albinas
solidão que lavrava fundo no coração.
Deixemos isso para trás pois a magia foi a vida vivida
foram esses olhos profundos quase sem cor
foram cabelos no vento corrido em harmonia
foram as palavras
foi o sonho agarrado
saudades que imigram de memórias
que se dissolvem no fragor do tempo.


Jorge d'Alte