domingo, 21 de junho de 2015

PERDIDO NO SONHO




















O sono calcava minhas pálpebras desgastadas amolecidas
Olhos turvos caíram irremediavelmente no fio do sonho.
Tomei conta dele pegando a sua raiz mas,...                                   
 Perdi-me por ali!
 Foi isso!
O horizonte encontrara-me na orla do beijo
Levara-me como sol crescente traçando na alma o ensejo do desejo


Jorge d’Alte



terça-feira, 16 de junho de 2015




Um ser ínfimo que se julga um Deus
O teu ódio iluminou-te de lés a lés
matando esse amor nos olhos teus

Tua boca proferiu como terramoto
palavras doentias que crestaram
essa alma que não sente e só no remoto
arde tão pequena que a tragaram

E agora só, grita espumando
que não dissera o que disseram
que era um coração que mesmo odiando
amava-me tanto, tanto e no final eram
palavras e palavras apenas, sem sentido
que tinham magoado aguilhoado e ferido
este meu coração que em amor se entregara
Palavras duras que meu peito rasgara
Lançando-me num abismo tão profundo
Onde o negro breu sorve o meu mundo


Jorge d’Alte

terça-feira, 9 de junho de 2015





Olho o horizonte cada vez mais perto
A vida percorreu sua intrincada via
Depositou-me nesta planície verdejante
E empurra em cada dia o passo que não quero dar.
A mão do juntos já não é aperto
Bocados do coração são dor latejante
Bordam caminhos com cruzes em cada dia
Lágrimas são saudade que não quero apagar                                          

Memorias de risos e sorrisos vieram para me recordar                    
Dão a força a este olhar um pouco perdido
São canção que etoa sem cá dentro sem parar
E trauteando dou enfrente novo passo cada vez mais sem sentido



Jorge d'Alte
                                       

terça-feira, 2 de junho de 2015





















As preces percorreram bocas desgraçadas
Caídas na aflição em gritos arrancados na alvorada macia
Os barcos passaram um a um até à pedra quebrada e velha do cais
Com cores desbotadas pelas intempéries
No meio da névoa evolada da água revolta.
Senhora dos Mares ficara algures para lá de lá; tragada
O mar do longe ondulante irado e desdenhoso cobrara vidas
Em troca de sardinhas reluzentes e prateadas
Apregoadas “vivinhas” em ruas e vielas cheias de vida.



Jorge d'Alte