quarta-feira, 10 de novembro de 2010

TODA A GENTE ERRA



Quisera eu um dia poder voar
subir ao céus por entre nuvens
e nas estrelas te procurar
Grito cá embaixo e tu não vens
e o coração sempre a soluçar
a saudade rasgando-me este peito
desfez os sonhos de te poder amar
Deitado olho o lado do meu leito
o lado frigido porque partiste
Abraço este vazio que me acolhe
os olhos choram porque estou triste
a voz embarga na dor que a tolhe
o sorriso morreu nesse mesmo dia
Queria iluminar a noite como cometa
ser aquele doce fogo que em nós ardia
mas no fim deste sonhar sonhos de treta
eu apenas queria pegar na tua mão
correr contigo pelos céus e pela terra
voltar a sorrir poder dar-te o meu perdão
dizer-te ao ouvido que toda a gente erra


jorge d'alte

sábado, 6 de novembro de 2010

RAIVA


A raiva morde-me o rosto
transfigura-o a seu gosto
as mãos ficam suspensas no ar
o punho fecha-se para esmurrar
mas nada alcança no seu gesto
nada há para alcançar e de resto
como se pode esmurrar a morte?
Pois foi essa a minha sorte
ela veio calada e sorrateira
e como gata assanhada e matreira
levou- me aquela que me era amor
Ficou com a sua magia deixou-me a dor
E agora que nem a raiva ajuda
morro na saudade louca e muda


Jorge d'alte