sábado, 6 de novembro de 2010

RAIVA


A raiva morde-me o rosto
transfigura-o a seu gosto
as mãos ficam suspensas no ar
o punho fecha-se para esmurrar
mas nada alcança no seu gesto
nada há para alcançar e de resto
como se pode esmurrar a morte?
Pois foi essa a minha sorte
ela veio calada e sorrateira
e como gata assanhada e matreira
levou- me aquela que me era amor
Ficou com a sua magia deixou-me a dor
E agora que nem a raiva ajuda
morro na saudade louca e muda


Jorge d'alte

1 comentário: