quarta-feira, 26 de março de 2014

O LIVRO







Capa bolorenta
rendada pela traça,
chora letras desfeitas
em frases estragadas.
A curiosidade sedenta
extravasa essa taça,
cura essas maleitas
seguindo-lhe as pegadas.
Olhos de grossos vidrados
deglutam esses travos
de amores perfeitos,
enleiando-se aos bocados       
fios de teia de agravos
e de apetites satisfeitos.
Dedadas marcam o rumo
das páginas volteadas,
eivadas de comoção,
iradas como pleitos,
amareladas pelo fumo,
sofridas de solidão,
num fim batido, de abas fechadas.


Jorge d'Alte


sexta-feira, 7 de março de 2014

SBRENICA SNIPPERS










Tristes são as manhãs de hoje em que o canto das aves
deu ligar ao suspirar moribundo
de tantas crianças inocentes deste mundo
Ouvem-se gargalhadas caindo em novelos
sobre níveos ombros e negros cabelos
Brinca-se na mira com a criança que foge
abate-se seu peito em nome de um mundo em que não cabe
O fresco orvalho da manhã caindo
pérolas lindas de um brilhante alvor
juntam-se aos gritos das mães e da dor
Cobre-se de vermelho que se vai esvaindo
corpos mornos caídos outrora viçosos
agora gelados a apodrecer
Quem eram estes moços?
Quem os amara?
Tanta dor a doer quando a fumaça das armas se dissipou.
Era um dia ameno
de risonhas cores e o ar sereno
quando um poder louco se abateu
pleno de medo raiva e vontade
Resta chorar, resta a saudade
e perguntar porque aconteceu?
Era um dia ameno
de risonhas cores e céu sereno
quando as crianças então morreram
plenas de vida, sonhos e vontades
Resta só dor, restam saudades
e perguntar porque morreram?

Jorge d'Alte (letra de musica)



sábado, 1 de março de 2014







A minha janela é a porta de entrada
para a negra imensidão estrelada
onde tu minha Lua me sorris em luar
me olhas desse longínquo lugar
e em beleza me convidas
a sair da minha treta em noites perdidas.
Nos meus sonhos voando
te levo no meu coração sussurrando
doces palavras dos amantes
que se cruzam no meu pensamento
e por breves instantes
vejo-te no todo e em sentimento
teu olhar a luzir
tua vontade de dividir
essa onda avassaladora que na minh'alma rebenta
com o estrondo da paixão sentida verdadeira e sedenta.