Era
uma gaiola o que me prendia
Construi-a
no dia a dia com os nossos sonhos
Alimentei-me
de sentimentos, feridas, ilusões e mágoas
Vendi
desilusões como prostituta por esquinas, bares e travessas escuras
Sonhei
formigueiros de estrelas e luas nuas de faces negras
Deambulei
por labirintos de sorrisos cheios
Mal
sabendo que fio da vida de tanto esticar se romperia
Agora
pasmo na imensidão da liberdade onde tudo é possível
E
por ser possível quero o impossível
Voltar
à minha gaiola e viver.
Jorge
d’Alte