quarta-feira, 14 de maio de 2014


                                                           (tudo porque me arrancaste a pele
rasgaste a alma, levaste contigo os sonhos
deixaste-me apenas a lama e a sede)




Procuro frinchas nas paredes nuas
portas seladas deste Eu que procuro.
A minha solidão não é invenção
é escada que só desce.
Os pássaros por mim nem cantam
nem a flor murcha que reti na mão,
ficou.
São vielas escuras e escusas que me percorro
sem luzes de candeeiros; amareladas.
A noite corta-me com golpes traiçoeiros
a alma. Sufoco entre as coisas mortas.
Arrasto comigo sombras esquivas pelo chão,
brando-as como mágoas flageladas,
rumos de brisas, ventos e giros de cata-ventos
no desnorte, escrevendo no meu corpo sem pele, versos
sem rima.
Arrasto-me neste chão de choros perdidos,
procuro de borcos esse lado frígido
da cama.
Procuro na minha sede, o sabor perdido,
da água.


Jorge d'Alte




sábado, 3 de maio de 2014

















Parti por breves instantes
Abracei a lua minha dama                                        
perguntei-lhe onde estava a chama
esse sentir dos amantes.

Oh! Desilusão!

Afinal não está lá, mas no coração.


                                                                                 



Jorge d'Alte