sábado, 29 de maio de 2021

DIAS SEM SONHOS




Os sonhos não voaram nessa noite
Ficaram retidos nas paredes brancas que construi
Nessa noite não seria mais uma sombra errando por aí
Trespassando a lua pálida meia escondida.
Seria eu na palma da tua mão
Dançando no teu perfume, na ponta do teu sorriso
Beijando essa pele alva de cetim
Afagando seios escondidos
Murmurando falas de mansinho
E o gemido afogado.
Quantas vezes sonhara o momento
Caiu quando menos esperava
Agora sofro em lágrimas tristes
Como tristes serão os dias sem sonhos.

Jorge d'Alte

sábado, 22 de maio de 2021

ESPERANDO

Madrugada de tristezas
Caia nas orvalhadas perladas 
Com as sombras buscando a sua luz.
A minha estava ali
Sentada junto ao brejo raiando
Beijando a sombra tardia
Esperando.


Jorge d'Alte

domingo, 16 de maio de 2021

SONHO


 

 

O sonho de ontem fora azul
Azul da cor dos nossos olhos
Ansiosos e famintos da doçura do amor.
Mas hoje dividíamos beijos e sorrisos
Entre linhos singelos bordados
Com pétalas rubras do desejo.
A boca pasmara
Quando acordara no inferno
Pedaços de fogo cruzavam os ares
Seu rugido bramia por entre os gritos
Os sonhos sangravam na desventura
As preces acordaram os céus
O concílio  conciliava cinzento
Agarrando as nossas almas como carraças.
O sangue gorgolejava sem sentido
E fora sem sentido que a morte nos buscara.


Jorge d'Alte 


domingo, 9 de maio de 2021

MODELO



Olhos meigos que o mel adoça
Corpo elegante, sorriso risonho
é assim que te vemos ó linda moça
mas sempre e sempre perseguindo o sonho.

É ser modelo o sonho dela
é vê-la sonhando com a passarela.
Passo decidido movendo-se com elegância
lá vai ela vogando, deixando no ar a sua fragrância,
que nos envolve, nos cativa, nos prende na sua magia.
Lá vai ela de cabelos ao vento
levando nos sonhos um só pensamento;
Ser modelo um dia.



Jorge d'Alte 




 

segunda-feira, 3 de maio de 2021

MEU RAIO DE SOL

Meu raio de sol
Aquece os nossos lábios
Que de sôfregos e vermelhos
Invadem devagar os nossos corações. 
Parasitas de amor murmuram nas almas
Como a ribeira trambolha e confusa
Conversa com os gogos rolados
levando-os no seu colo morno
Como fetos na placenta boiando.
Desde putos amamos os corpos
Na inocência adolescente
E sempre que aqui estamos
Meu raio de sol
Aquece nossos lábios
E leva-nos ao céu.

Jorge d'Alte