quarta-feira, 12 de julho de 2017

ERAM







Eram ouvidos que aqueciam
pedras geladas de outras eras.
Eram palavras que agasalhavam
essa atmosfera balofa de mordomias,
e a mão altiva estendida
para diante, refulgia no seu enorme rubi,
onde lábios selados osculavam sedosas peles.
As vestes de mil folhos de rendados
rodopiavam danças já mortas,
onde encontros de pecados
caiam em hipócritos sorrisos,
e as voltas trocadas em passinhos
frementes, eram risos abafados que
sorridentes, desfaleciam em alcovas brancas,
de linhos.
As paredes sideradas por tantos
segredos, escorreram tantas lágrimas
e medos aí gravados e que hoje ali sentadas,
desfiam no cuscar bisbilhoteiro,
historias proibidas embuçadas em lendas,
que escaparam dos fogos redentores,
de uma qualquer inquisição.


Jorge d'Alte



Sem comentários:

Enviar um comentário