Eram ouvidos
que aqueciam
pedras
geladas de outras eras.
Eram palavras
que agasalhavam
essa
atmosfera balofa de mordomias,
e a mão
altiva estendida
para diante,
refulgia no seu enorme rubi,
onde lábios
selados osculavam sedosas peles.
As vestes de
mil folhos de rendados
rodopiavam
danças já mortas,
onde
encontros de pecados
caiam em
hipócritos sorrisos,
e as voltas
trocadas em passinhos
frementes,
eram risos abafados que
sorridentes,
desfaleciam em alcovas brancas,
de linhos.
As paredes
sideradas por tantos
segredos,
escorreram tantas lágrimas
e medos aí
gravados e que hoje ali sentadas,
desfiam no
cuscar bisbilhoteiro,
historias
proibidas embuçadas em lendas,
que escaparam
dos fogos redentores,
de uma
qualquer inquisição.
Jorge d'Alte
Jorge d'Alte
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