sem imagens
nos olhos
sem carícias
nos dedos
com a sombra
esquecida na voz
e um nevoeiro
gélido na alma.
Há dias assim
na vida de um
homem,
sem malmequeres
a abrirem-se
inglórios
esquecidos de alguém,
mariposas nos
bicos de pássaros desasados
debatendo-se no
atroz sem remissão.
Coração arrastado
em pedras de cascalho,
peles
esfoladas até ao tutano
no suplicio
da dor.
Deixei por aí
rastos sem cor
perseguidos
por adamastores
gritos de
náufragos noctívagos
e
gorgolejares de morte.
Estive assim
o dia todo
de cinzento
revestido
como meio
morto.
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