levando-me neste turbulento e louco céu
Quisera gritar a esse Deus
Porquê tanta dor a doer?
Porquê tanta dor a doer?
Porquê tanta gente a sofrer?
Aos meus ouvidos chegavam
tons roucos agonizantes, gritos e gemidos.
com dedos níveos e gelados
Os olhos ficaram dormentes
de tanta aflição tanto sangue
Gentes perdidas corriam desesperadas
O pó escondia as cenas da desgraça
e os corpos outrora viçosos
eram agora carne dilacerada, apodrecida
A pedra caída esmagava
como esmagava a dor que ali bulia
Na terra da estrada rios de sangue
correm em águas estagnadas
onde pequenos lábios sedentos e rachados
tentam minimizar os efeitos da desgraça
mal sabendo dessas águas infectadas.
Mais alto pedi eu ao vento!
para chegar a esse Deus sedento
Os olhos ofuscados choraram nesse momento
e perguntaram-lhe apenas
Porquê meu Deus?
Porquê?
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