quinta-feira, 30 de novembro de 2023

AMIGO

 Partiste um dia meu velho amigo
deixando-me vazio em pleno caminho.
Definhei nas dores, nas preces como mendigo
mas a tua voz era apelo neste torvelinho
onde as lágrimas gritavam
teu nome no vento
onde as mãos pugnavam
retorcidas no desalento
Disseram na mesa de Deus que eras mais uma estrela no céu
um novo caminhante errante rasgando trevas levantando o véu
que encontrarias um novo lugar
que a morte não era desunião
que o amor de amigo era como luar
erguendo-se na alvura como centurião
comandando na morte a minha vida.
Não te vi nesse céu onde és luz na escuridão
mas sei que não morreste para mim que és sempre vida
a mão que se dá que ajuda que ama mesmo na minha solidão.


Jorge d'Alte



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