quarta-feira, 1 de agosto de 2012

GÉNESE






O arco que fazia a minha vontade,
tenso esticava como mola puxada.
O olhar em flecha fixava o alvo;
Olhos fixos na miragem
de vaporosos não vistos.
A voz do vento não ajudava!
Criara o zunido como vergastada,
causando um prurido por dentro da barriga,
pecha da alma como pederneira.
Incendida a flama tomou-me como tocha incauta,
que derreteu a cera que me escondia,
deixando-me ali nu,
perante ti.

( O olhar alarmara o seu rosto
  afogueando as suas faces trigueiras.
  Seu cabelo era fogo esvoaçando…
  Era ruivo e encaracolado e batia-lhe na cara,
  sardando-o.
  Gravitou atraída numa órbita curta,
  tornando o seu núcleo escaldante como lava.
  Mnemónica alarmou-se,
  como ontogénese um sentir fecundou,
  sentiu a paráfrase do seu intimo,
  semente de sentimento que sativou
  e que saciou no cumulo do beijo)


Jorge d'alte


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