sexta-feira, 26 de outubro de 2012

SUBLIMAÇÂO






Quero um céu cheio de luz,
que esconda mistérios indesvendados,
tape a beleza com astros nus,
me traga redondos em vez de quadrados.
Me faça girar rodopios de mudança,
olhos de ver como cegos,
que tudo está naquilo que se alcança,
que sublima no êxtase, nossos egos.


Jorge d'Alte

domingo, 14 de outubro de 2012

MARIONETES DO LUAR





Não quero que a luz nasça.
Quero que a noite cresça.
Nas sombras não há rostos
nem sorrisos alvos.
A fealdade é igual;
só a alma em arco-íris
se destaca garrida,
pingas que saltam
veladas de magias.
Unidas são mares
sem fundos de abismos
bocas com cantares de passarinhos,
e nos ninhos aconchegados
nós carne entumecida,
marionetes ardentes do luar,
morremos ali no prazer,
como onda rebentada que se veio
e se vai.

Jorge d'Alte

sábado, 6 de outubro de 2012

NUNCA ESTÁS











Entrei no elevador!
Subi ao céu entre chuvas de pétalas,
procurei-te no meio de nuvens,
sei lá das estrelas!
Caíram como eu desse céu de breu, amor
e agora semeiam os jardins
com cantos de querubins,
mas tu, tu meu amor não vens.
E as trompetas calaram-se com os limos,
o tapete que estendi com artes e mimos
descorou no tempo que te levou.
Juntos passeamos tristes e alados
de jardim em jardim encantados,
mas tu nunca estás, no universo onde estou.


Jorge D'Alte