sábado, 21 de dezembro de 2013




A lágrima que cai célere, desesperada corre!
Escuto o sonho do seu sussurrar
que caindo de ravinas, tropeçando morre
na serenidade agitada do imenso mar.
As ondas espumadas se encarregam então
de levar em queixumes o seu desabafar,
palavras tremulas e roucas cheias de emoção,
abraço sentido,luxúria louca, sedes e paixão de amar,
trazendo na névoa que inexoravelmente cai,
a silhueta desenhada com ecos de coração,
deixando ali na areia, de pé na espuma que se vai,
tua face ardente; ais de desejo, ecos de trovão
e a tua alma como gota aberta fremente, sôfrega e terna.
A brisa traz-me o teu sabor no cheiro de maresia
e nos olhos que me olham vejo a luz eterna
de um amor que me envolveu e amou como anestesia.
Colho a tua lágrima quente na palma da minha mão,
beijo-a como sedento desejo, sorvo-a como alimento.
Agora é som que cá dentro canta notas dessa emoção
cristais de ti que choram em ais feitos de sentimento.
Quisera eu ter sido o "eu" que tu um dia imaginaste,
não ter sido a besta,a sombra de uma mera ilusão.
Te tivesse querido e amado como tu me amaste,
na noite caída, como lava ardente, expelida desse teu vulcão.


Jorge d'Alte







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