domingo, 15 de dezembro de 2013

DEUSES





Há Deuses nos céus,
eternidades cruas sem rosto.
Paraísos condóminos
como obras de sete dias.
Anjos que perderam asas no vermelho,
anjos que são luz branca, que não se vê,
guardas que viram a cara
da destruição eivada de negro.
Peões movidos por fios,
somos nós!
Risos parvos de imbecilidade,
movidos a belo prazer
por uma qualquer divindade.
Choros de não sei de quê,
fés espalhadas em esperanças,
preces ajoelhadas para quem?
Chamam-lhe religiões!
Arquitectos de um inferno
debruado como éden.
Há Deuses nos céus
pés de barro do morfeu
ao sétimo dia descansado.


Jorge d'Alte





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