terça-feira, 7 de outubro de 2014





Ontem pairou um vento suspenso.
Ninguém vê a cara desfeita em lágrimas,
há um inferno que queima
e deixa brasas que estralam na alma.
Essa negra que te beijou
levou-te a vida nesse beijo,
deixando um tosco corpo sem sopro
velado ás luzes das velas,
enfeitado de rosas e malmequeres,
sem borboletas azuis e amarelas
nem cantos de pássaros ao desafio
bicos risonhos em vez de dourados.
Triste primavera foi essa onde o mundo parou,
onde a mágoa cresceu,
caratatas do desespero e da desolação.
A saudade trouxe de volta esse cheiro perdido
esse calor ardido quando se abraça e ama.



Jorge d'alte










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