terça-feira, 4 de novembro de 2014









Sorri-lhe,
E ela sorriu-me também.
Deitada na cama olhos brilhavam de malícia.
Debaixo do lençol alvo,
A camisa de dormir espreitava…nada mais.
Encantadora! (a sua nudez estava por ali)
Acendi um cigarro, aspirei o fumo e soltei-o…
Devagar.
Sou capaz de te matar, como consegues resistir-me?
Diz-me que sou bonita!
Vá!
O meu olhar seguiu-a trocista…
Apetecível e convidativa e a minha depravação…
Sabes o que faria? (fui eu que falei)
Preferia que o fizesses e te calasses! (a resposta foi dela e não minha)
Beicinho de carmim…um pouco de lascívia.
Estou capaz de te matar, rapaz!
A almofada rebentou em penas de passarinhos azuis,
sobre mim.
Promessas só promessas! (gritou)
Carne crua e de sedosa pele tisnada
Abraçou o meu pescoço,
Lábios sequiosos se deram…
Depois perdi a cabeça, o tempo parou.
Amo-te!
Ouvi-a dizer, quando a porta bati.
Os degraus caíram na escuridão levando-me,
Dali.
O “ também eu “ que ouvi-me dizer, morreu
Nos sons batidos dos meus passos,
Que corriam atrás de mim.
Acendi um cigarro, aspirei o fumo e soltei-o…
Devagar.
O meu rosto falava…



Jorge d'Alte


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