Há dias assim e outros que não
Há
dias de alma translúcida como o vidro liso que espreito
Há
dias penosos vestidos de cinzento e negro roendo a luz de fora para dentro
Há
dias de sorrisos modorros ferventes e transbordantes
Há
outros em que nem por dentro ousamos sentir
Cavam
rasgos tremendos como unhas felinas
E
o olhar se apaga lento como agonia sem destino
Dentro
da dor que afaga como lamento
L ágrimas que se despem transparentes
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