sexta-feira, 9 de outubro de 2015







Só tenho um sonho quando os olhos se fecham!

" Do meio do fogo a dor perfura como a bomba que cai
e as lágrimas secam de não chorar como o choque que tudo estremece e leva
A parede ténue à qual me agarro é como trapo que ferro para não gritar
esboroando-se na berma no auge da insanidade
Percorro caminhos para onde a Fé está
Esse local mágico onde não tenho mais de sonhar
Vivo a água revolta que se espuma como bruma  em escolhos acertivos
escuto os gritos as vozes molhadas e sinto a mão que me eleva e me pousa na terra seca
Sinto no ouvido a voz estranha que me agarra e leva
Saboreio o liquido quente que me aquece diferente
A luta que labuta pela vida de Fé perdura no calcorrear de terrenos pérfidos
A luz que vira ao fundo do túnel turva-se no ódio das raças que me despejam
Sou detrito infetido que ninguém quer e as pernas doem de tanto moerem o sofrimento
E as chagas abertas que não posso fechar trazem a noite perene de longo luar
já não sonho!
Já não tenho sonhos!
Os sonhos mirram nos olhos abertos de noite e dia!
Não tenho sonhos no amanhã nem no depois
pois os olhos fecham-se na fome de vida
O orvalho que humedece  a carne ressequida pinga da urze que sorri colorida
O primeiro sol explode na madrugada expondo os rostos de alma sofrida
O corpo olha o alto de tão baixo estar tendo somente um tronco carcomido para me amparar
O passos revoltam as ervas do caminho e a poeira invade a minha alma caindo onde definho
Quis sorrir neste adeus de vida... quinze anos se passaram desde o primeiro dia
Uma coisa aprendo no ultimo suspiro
Os sonhos doem!
Mas quem não quer sonhar?
e de novo sonho................................."









Jorge d'Alte

Sem comentários:

Enviar um comentário