quinta-feira, 7 de maio de 2015










Ruas traçadas no casario
deslizavam em ladeiras de pedras
desgastadas e cinzentas

A rua perfeita, sinuosa como teu corpo
levava-te apetitosa ao encontro.
O campanário torto na sombra disforme,
agigantava-se no chão em sinos badalados
chamando; 
como ovelhas e cabrinhas correndo
para o pasto, lá iam!
O encontro ficava ali entre as meias badaladas
e a bênção.
Os pés apertados em sapatos de verniz saltitavam de dor
fazendo abanar a saia rodada crivada de flores.
A esquina olhava-te pelos meus olhos de garoto.
Alisei o cabelo penteado para trás
pus uma mão no bolso dos calções
e a outra apertada atrás das costas
segurando.
As minhas sandálias desgastadas
levaram-me até ti.
O saltitar parou-te!
Um sorriso iluminou-te!
O meu envergonhou: “queres casar comigo?”
Estendi o ramo de papoilas e malmequeres
murchos da espera e do calor.
Demos as mãos!
Entrelaçamos os sorrisos com ternura nos olhos doces....

Entramos na igreja unidos,esquecidos de tudo e de todos!

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