sexta-feira, 29 de dezembro de 2023

NOVO ANO

 Disseram-me na meninice
que íamos passar o ano
que era só um segundo
que tudo seria diferente
Dançamos á meia noite
como loucos possessos de ansiedade
A neblina que caia enxofrada
sentia-se gélida sebastianina
Havia alegria, felicidade, amor
mas para lá dela da dança dançada louca
havia morte, guerras crianças sem esperança.
Era pequeno de mãos estendidas, rezadas
mas Deus não me ouviu
e hoje passados tantas passagens de ano
continuo sufocado na minha tristeza
Já não danço
peço olhando as estrelas
pois uma vez disseram-me 
que era lá que viviam os mortos e os anjos
talvez aos pés do criador.

Jorge d'Alte

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