domingo, 11 de agosto de 2024

A JANELA

 
Quando abrimos uma janela o que vemos?
Olhámos sempre para fora esse espaço de tudo
Viajamos nos sonhos e sofremos
de alegria de tristeza e vemos a felicidade por um canudo.
Gostamos do prazer a que fanáticos chamam pecado
gostamos de céus azuis, negros e de luar
o amor é ingrato pode ser ódio disfarçado
A flor pode ser cortada ou amada no desnudar.
Alguns os mezinhos olham para dentro
vêm as entranhas chocalharem no vazio insaciado
não têm sentimentos, muitas vezes é esventro
sacando medo, migalhas de uma dor que fora amor, adiado.
Dias perdidos olhando sem ver, sonhos de um crer
espremidos até se  sumirem.
Outras vezes abrimos uma janela
o sol bate nela até doer
vimos as pessoas a rirem
a alma vigiar, uma sentinela
bocejamos num novo dia
ele está ali fora da janela
se queremos abraçá-lo não sei
se nos encolhemos dentro numa concha luzidia
e ficamos ali  prostrados, pensando nela
esse ser lindo de que ainda não falei.


Jorge d'Alte


 

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