quinta-feira, 10 de outubro de 2013




Remei no horizonte de curta vista
gestos vãos de te trazer aqui
a esta alma amarelecida
e mesmo estando no alto da crista
me despenho por ali
na vã vontade desfeita, desfalecida
e sou sombra de mim
por debaixo da vela enfunada
esperando eternidades sem fim
que um qualquer vento traga a bonança
e na réstia da esperança
cresça bela e airosa formas da minha amada.
Tinha-a no coração bem aconchegada e quente
e os dias eram mornos na modorra
eram brasas na paixão
ecos gementes em raios de sol e escuridão
Mas os ciumes são uma porra
e as palavras saíram como corrente.
Esperei que o vento as levasse mas não levou
e agora neste barco  do faz de conta
remo no horizonte onde tudo começou
gestos vãos de te trazer aqui
vezes e vezes sem conta
e volto sempre ao ponto de onde parti........


Jorge d'Alte


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