Ruas traçadas
no casario
deslizavam em
ladeiras de pedras
desgastadas e
cinzentas
A rua
perfeita, sinuosa como teu corpo
levava-te
apetitosa ao encontro.
O campanário
torto na sombra disforme,
agigantava-se
no chão em sinos badalados
chamando; como
ovelhas e cabrinhas correndo
para o pasto.
Lá iam!
O encontro
ficava ali entre as meias badaladas
e a bênção.
Os pés
apertados em sapatos de verniz saltitavam de dor
fazendo
abanar a saia rodada crivada de flores.
A esquina
olhava-te pelos meus olhos de garoto.
Alisei o
cabelo penteado para trás
pus uma mão
no bolso dos calções
e a outra
apertada atrás das costas
segurando.
As minhas
sandálias desgastadas
levaram-me
até ti.
O saltitar
parou-te
um sorriso
iluminou-te
o meu
envergonhou “queres casar comigo?”
Estendi o
ramo de papoilas e malmequeres
murchos no
calor.
Demos as mãos
e entramos na
igreja!
Jorge d'Alte
Jorge d'Alte
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