terça-feira, 2 de setembro de 2014





De nudez em riste
num corpo cárneo de pálido mate,
sem sangue corrido
icebergue erguido em roupas guardado,
bateu na porta da morte
entre frestas com giestas,
soluçantes de rosas perfumadas.
Ofuscado pelo de lá desconhecido,
rodou a chave desse céu, onde em vez de estrelas
há castigo,
fogos anunciados de infernos terríficos
e purgatórios gritantes de suplicas celestiais.
Abriu com ruído perro
na nuvem perene que esvoaçava por de baixo,
a porta de São Pedro.
Descalço palmilhou por caminhos sem chão
na macilência de existir,
esse caminho velado, apertado com travos de tenaz
e frio de alva
e agora jaz, debaixo da terra encimada
na sesta eterna, à sombra da cruz,
enterrada.



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Jorge d'Alte


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