Chovem tordos do celeste
que abraça o pôr-do-sol.
Mergulham num mar ondulado
de trigais.
Debulham com bicos pontiagudos
descarnando.
O mar sereno está aberto como ferida
de caules partidos, folhas perdidas: alma
arrancada
O crepúsculo cresce engolindo o celeste
deixando como fiel depositário
o negrume.
A madrugada floresce em orvalhadas sãs
como pérolas.
Os caules erguem-se de novo, mesmo despidos
sem futuro.
Chovem tordos no “ replay “.
Jorge d'Alte
Sem comentários:
Enviar um comentário