O tédio,
estava ali!
Vislumbrava-se no meio dos nervos.
Era como plataforma de espera,
onde nada se faz, mesmo pensar.
Pedra granítica, cinza e fria
tolhendo a alma
depenada, no bulício da rotina.
E ali estava eu, como camafeu
no apogeu, nem vivo nem morto,
apenas absorto, num faz-de-conta-que-estou-vivo.
Puxei instintivamente a caneta de prata forjada,
pousei o bico no papel vazio, cheio de treitas
rabisquei a primeira palavra com a tinta
esborratada
como a alma minha,
e por ali me fiquei…
Jorge d'Alte
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