sexta-feira, 27 de abril de 2018

DOR




Disseram-me que o relógio parara
Que não havia chegadas nem partidas
Apenas meio disto, daquilo e de aqueloutro
de um sonho que não sonhara
Pestanejei nas lágrimas sentidas
roído e quebrado como um qualquer outro
Senti-a chegar envolta em algodão
pareceu que me beijara algures entre a face e a boca
Senti o seu amor no perdão
Senti a vida fiando na roca
na palavras que me imaginei dizer
Vi-a ali sorrindo para mim
O relógio tiquetaqueou tremulo para te perder
vi-me de novo infernado, numa dor sem fim


Jorge d'alte

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