quarta-feira, 1 de setembro de 2021

DESILUSÃO

 

Fora uma noite hedionda

com faíscas rasgando o ventre das trevas

cantando o trovão.

Os sonhos tinham tremelicado

bruxuleando os olhos.

Nesse sonho eras minha

numa resma doce de favos de ti.

O vento tornado

levara como folhas os sonhos rasgados.

Os olhos abertos

suplicavam desfeitos.

A chuva tilintava na vidraça dos meus olhos baços

deixando na luz intermitente o gesto de desilusão.

 

 

Jorge d’Alte

 

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