sexta-feira, 16 de fevereiro de 2024

UM POUCO DELA







Havia muitas sombras na noite sem lua
mas também havia uma luz plantada no cimo do poste
Em baixo sentado no escuro uma alma cantava no ébrio
desditas, tristezas o verbo fenecer.
Seu olhar vacilava no piscar de olhos
as mãos nadavam nos rios de luz
a voz chamava na brisa corrente
palavras que eram do coração 
mas que chegavam aos lábios despidas.                                                                                      Chamara a pinguita para esquecer
que o sonho se embebedara para ele a ter
uma dama linda de tez negra com cabelos de cachos
Tantas vezes aí se escondera no perfume dos cabelos
Tantas vezes a beijara nesse pescoço macio
Tantos e tantos beijos que amaram essa boca felina
e os abraços meu Deus que apertos meus no corpo volúvel
Ela fora-se com Sebastião perdida na ilusão
estava algures onde ele estivera e sem lua não a encontrava
pois era aí que ela morava que os risos cantavam alegria para ele
que mamava no seu sorriso e sentia essa bulício na barriga.
Havia muitas sombras atrás dele mas também havia um caminho
Agarrado á Fé levantou-se balbuciando sem tino
Deu um passo, deu dois entrando na ilusão no crepúsculo que o precedia.


Jorge d'Alte




( Fotos retiradas da net)








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