Havia muitas sombras na noite sem lua
mas também havia uma luz plantada no cimo do poste
Em baixo sentado no escuro uma alma cantava no ébrio
desditas, tristezas o verbo fenecer.
Seu olhar vacilava no piscar de olhos
as mãos nadavam nos rios de luz
a voz chamava na brisa corrente
palavras que eram do coração
mas que chegavam aos lábios despidas. Chamara a pinguita para esquecer
que o sonho se embebedara para ele a ter
uma dama linda de tez negra com cabelos de cachos
Tantas vezes aí se escondera no perfume dos cabelos
Tantas vezes a beijara nesse pescoço macio
Tantos e tantos beijos que amaram essa boca felina
e os abraços meu Deus que apertos meus no corpo volúvel
Ela fora-se com Sebastião perdida na ilusão
estava algures onde ele estivera e sem lua não a encontrava
pois era aí que ela morava que os risos cantavam alegria para ele
que mamava no seu sorriso e sentia essa bulício na barriga.
Havia muitas sombras atrás dele mas também havia um caminho
Agarrado á Fé levantou-se balbuciando sem tino
Deu um passo, deu dois entrando na ilusão no crepúsculo que o precedia.
Jorge d'Alte
( Fotos retiradas da net)
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