quinta-feira, 18 de julho de 2024

BRUMA

Havia á volta bruma
os sonhos onde estão?
Perdi-os nas cinzas do dia
ou nas geadas da alvorada.
Vergado como quem ruma
fui até á solidão
aí sentado no rosário que se desfia
senti a tristeza e a saudade amarrada.
Um nó tão apertado
que o coração saltitava
as sombras que bolavam
seriam sonhos perdidos?
Foi neste momento desgraçado
que depenado de sentimentos estava
que os olhos se derramavam
na agonia dos gemidos.

Quase rastejei como rato banido.
Havia algo no passado que bulia
um sonho nas sombras esquecido
uma palavra gigante que o definia, 
Amor!
Então a bruma se esfumou
O sol gentil se abriu em cor
vi sonhos nos meus sonhos
sem bruma vi tudo o que restou.

A dor que nunca passa
é ferida roída que grassa
o vazio da ausência
um abraço sem resistência
a vontade de me erguer
de nunca me esquecer
que quando cais  e mordes o chão
não é o fim do mundo do coração
Há sempre um caminho
levanta os olhos e vai devagarinho.


Jorge d'Alte











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