terça-feira, 2 de dezembro de 2014




Despejou o copo,
Enlaçou-me o pescoço.
- Faça o sacrifício por mim!
Aconchegou-se. Era toda ela uma seda,
Toda doces perfumes, toda onda de calor.
A sua mão segurou a minha e comprimiu-a
Contra os seios.
Lá fora a chuva batia no vidro tentando chamar a atenção,
Empurrada  vilmente pelo vento, furiosa.
A sua boca vermelha e húmida aproximou-se da minha…
O telefone tocou, quebrando.                                                                    
O momento caíra a nossos pés em cacos de desfeito encanto.
- Maldita monstruosidade!
Gritante necessidade com voz insistente, que exige resposta…

- Está?


Jorge d'Alte





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